segunda-feira, 24 de março de 2014

Somos o outono.




É outono. A estação mais parecida com a gente.
Amanhecemos junto com esse dia, frios, pálidos como as nuvens, insensíveis como a neblina que toca nossos rostos. Conforme o dia vai clareando e um feixe de luz começa a surgir, nós começamos a desenhar um sorrisinho no canto da boca, arriscamos até um "bom dia" ainda que tímido, ao fulano do nosso lado no elevador.
O outono nos traz algumas inquietações, mentes que não param de girar, silêncios tão altos que podem ser ouvidos a alguns quilômetros de distância, e até uma ou outra lágrima que cai de saudade do verão.
Mas quando chega o primeiro pingo de chuva, e a chuva mansa vem chegando devagarinho, pedindo licença e nos lavando é que o coração se acalma, a mente para de girar e o único som para se escutar é dela, caindo de mansinho embalando nossos sonhos.

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